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O câncer é uma doença complexa que resulta da interação entre fatores genéticos e ambientais. Entender como predisposições genéticas e escolhas de estilo de vida contribuem para o risco de câncer é essencial para estratégias de prevenção personalizadas e eficazes.

Predisposição Genética ao Câncer

O risco genético de câncer está relacionado a alterações herdadas ou adquiridas no DNA. Estas podem ser classificadas em dois tipos principais:

• Alterações herdadas: Mutações genéticas transmitidas de pais para filhos, como nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam o risco de câncer de mama e ovário.
• Alterações adquiridas: Mutações que ocorrem ao longo da vida devido à exposição a agentes ambientais, como tabaco ou radiação ultravioleta.

O que são mutações genéticas?

• Nonsense: Substituição de uma base no DNA que cria um códon de parada prematuro, interrompendo a produção de proteínas.
• Frameshift: Adição ou deleção de nucleotídeos que altera a leitura do DNA, resultando em proteínas defeituosas.
• Missense: Substituição de uma base que altera apenas um aminoácido na proteína final.
• SNP (Polimorfismo de Nucleotídeo Único): Variação genética comum em mais de 1% da população, que pode ou não impactar a predisposição ao câncer.

Fatores de Risco Ambientais e de Estilo de Vida

Diversos fatores ambientais e escolhas de estilo de vida têm impacto significativo no risco de câncer. Entre os principais estão:

1. Cigarro: O tabagismo está associado a diversos tipos de câncer, como pulmão, bexiga e pâncreas.
2. Dieta de baixa qualidade: Alto consumo de carne vermelha e processada, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados está relacionado a maior risco de câncer colorretal.
3. Consumo de álcool: Contribui para o desenvolvimento de câncer de fígado, mama e trato gastrointestinal.
4. Inatividade física: A falta de atividade física regular aumenta o risco de obesidade, que está associada a tipos de câncer como endométrio e cólon.
5. Exposição à radiação ultravioleta: Eleva o risco de câncer de pele, incluindo melanoma.
6. Agentes infecciosos: Vírus como HPV e H. pylori estão ligados a cânceres de colo do útero e gástrico, respectivamente.

Interação Gene-Ambiente

O câncer é considerado uma doença genética porque envolve mutações no DNA. No entanto, a interação entre genes e fatores ambientais é determinante:

• Escore de Risco Poligênico (PRS): Uma métrica que combina múltiplos marcadores genéticos para prever a predisposição a tipos específicos de câncer.
• Exemplo prático: Indivíduos com alto risco genético para câncer gástrico que adotam um estilo de vida saudável podem reduzir substancialmente a incidência da doença.

Estilo de Vida Saudável: O que Dizem os Estudos?

Pesquisas indicam que mudanças no estilo de vida podem atenuar os riscos genéticos associados ao câncer. Entre as recomendações estão:

1. Evitar o tabaco: Principal fator evitável para redução do câncer.
2. Manter um peso saudável: Obesidade é um fator de risco para múltiplos tipos de câncer.
3. Praticar atividade física: Reduz os níveis de inflamação e melhora o metabolismo.
4. Adotar uma dieta equilibrada: Rica em frutas, vegetais, grãos integrais e pobre em gorduras saturadas, carne vermelha e processada.
5. Limitar o consumo de álcool: Reduz o risco de câncer de mama, fígado e esôfago.
6. Proteger-se contra o sol: Usar protetor solar e evitar câmaras de bronzeamento.

Impacto do Estilo de Vida em Câncer Colorretal

Estudos populacionais mostram que um estilo de vida saudável pode reduzir o risco de câncer colorretal em até 30%, mesmo em indivíduos com alta predisposição genética.

Conclusões

1. A interação entre predisposição genética e fatores de estilo de vida desempenha um papel crucial no desenvolvimento do câncer.
2. A identificação de indivíduos com alto risco genético permite intervenções preventivas direcionadas.
3. Políticas públicas focadas em controle do tabagismo, alimentação saudável e atividade física são essenciais para reduzir a incidência global de câncer.