Rastreamento e Vigilância do Câncer Colorretal - Quando e Como Fazer?

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Prevenção e Check-up Oncológico

15 maio

Rastreamento e Vigilância do Câncer Colorretal - Quando e Como Fazer?

O câncer colorretal é um dos tumores mais comuns e uma das principais causas de morte por câncer em todo o mundo. Contudo, é altamente prevenível e tratável quando detectado precocemente. O rastreamento permite identificar pólipos (crescimentos pré-cancerígenos) e tumores em estágios iniciais, aumentando significativamente as chances de cura.

O que é o câncer colorretal?

O câncer colorretal se desenvolve no cólon ou no reto, partes finais do sistema digestivo. Geralmente, ele começa como pólipos adenomatosos, que são pequenos crescimentos benignos na parede interna do cólon ou reto. Apesar de benignos inicialmente, esses pólipos podem evoluir para tumores malignos ao longo do tempo.

Quando o tumor maligno se espalha para outras partes do corpo, diz-se que ele sofreu metástase, um processo em que células cancerígenas se disseminam para órgãos como fígado ou pulmões.

Por que fazer o rastreamento?

O rastreamento é uma estratégia eficaz para prevenir o câncer colorretal, permitindo:

  • Identificar pólipos antes que se transformem em câncer.
  • Diagnosticar tumores precocemente, aumentando as chances de cura.

Estudos mostram que a sobrevida em 5 anos chega a 90% quando o câncer é detectado no início, enquanto em estágios avançados esse número cai para menos de 10%.

Quem deve fazer o rastreamento?

1. Indivíduos com risco médio

São aqueles sem histórico pessoal ou familiar significativo de câncer colorretal ou pólipos e sem doenças inflamatórias intestinais. Para esse grupo, o rastreamento deve começar aos 45 anos.

2. Indivíduos com risco aumentado

Incluem pessoas com:

  • Histórico familiar de câncer colorretal: Ter um parente de primeiro grau com a doença aumenta o risco.
  • Síndromes genéticas, como a Síndrome de Lynch: Condição hereditária causada por mutações em genes que reparam o DNA, elevando o risco de câncer colorretal e outros tipos, como câncer de endométrio.
  • Doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e Doença de Crohn: Essas condições causam inflamação crônica no intestino, favorecendo alterações celulares que podem levar ao câncer.

Exames de rastreamento disponíveis

1. Testes baseados em fezes

  • Teste Imunoquímico Fecal (FIT): Detecta vestígios de sangue oculto nas fezes, que podem indicar pólipos ou câncer. Este exame é recomendado anualmente.
  • Teste de DNA Fecal (sDNA): Além de sangue, identifica alterações genéticas associadas ao câncer colorretal, sendo indicado a cada 3 anos.

2. Exames endoscópicos

  • Colonoscopia: Considerada o padrão-ouro, permite visualizar todo o cólon e remover pólipos durante o exame. Deve ser realizada a cada 10 anos em pessoas de risco médio.
  • Sigmoidoscopia Flexível: Exame que avalia apenas o reto e a parte inferior do cólon, sendo recomendado a cada 5 anos.

3. Exames de imagem

  • Colonografia por Tomografia Computadorizada (colonoscopia virtual): Utiliza imagens detalhadas para visualizar o interior do cólon e é recomendada a cada 5 anos.

Nota importante: A colonoscopia é preferida porque combina diagnóstico e tratamento, permitindo a remoção de pólipos no mesmo procedimento.

Acompanhamento após o rastreamento

O acompanhamento é ajustado conforme os achados:

  • Sem alterações significativas: Uma nova colonoscopia é recomendada em 10 anos.
  • Presença de pólipos: O intervalo dependerá do tamanho, número e tipo do pólipo removido, variando de 3 a 5 anos.
  • Histórico de câncer colorretal: A vigilância é mais intensiva, com exames geralmente realizados a cada 1 a 3 anos.

Rastreamento em idosos

As diretrizes recomendam que o rastreamento seja personalizado entre 76 e 85 anos, considerando:

  • A expectativa de vida.
  • O histórico de rastreamento anterior.
  • O estado geral de saúde do paciente.

Após os 85 anos, o rastreamento geralmente não é indicado, pois os riscos do procedimento superam os benefícios.

Conclusão

O rastreamento do câncer colorretal é essencial para prevenir a doença e aumentar as chances de cura. Com várias opções disponíveis, cada paciente pode encontrar a abordagem mais adequada com orientação médica.

Se você pertence ao grupo de risco ou tem mais de 45 anos, converse com um especialista. O rastreamento precoce pode salvar vidas!