Câncer Colorretal Hereditário

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Câncer Hereditário e Síndromes de Predisposição Genética ao Câncer

16 maio

Câncer Colorretal Hereditário

O câncer colorretal pode ocorrer de forma esporádica, sem histórico familiar, na maioria dos casos. Porém, em cerca de 15% a 30%, ele está relacionado a uma predisposição genética, ou seja, a um fator hereditário. Algumas pessoas podem apresentar casos familiares que não se encaixam nos critérios típicos das síndromes hereditárias, mas que ainda levantam a suspeita de um risco genético. 

As duas principais síndromes associadas ao câncer colorretal hereditário são: 

  1. Polipose Adenomatosa Familiar (FAP)
  2. Câncer Colorretal Hereditário Não Polipóide (HNPCC ou Síndrome de Lynch)

Em ambas, o risco de transmissão genética para os filhos é de 50%. Compreenda melhor cada uma dessas condições e como elas podem ser diagnosticadas e tratadas.

Polipose Adenomatosa Familiar (FAP)

A FAP caracteriza-se pela formação de centenas a milhares de pólipos no intestino grosso. Esses pólipos geralmente surgem após a puberdade, e os sintomas começam a aparecer entre os 30 e 40 anos. Sem tratamento, o risco de desenvolver câncer é próximo de 100%.

  • Diagnóstico e Tratamento:
    O monitoramento com colonoscopias frequentes é essencial para avaliar a quantidade e as características dos pólipos. Em casos graves, é indicada a cirurgia:
    • Proctocolectomia total: Remoção do cólon e reto, preservando o ânus, o que evita a necessidade de bolsas coletoras definitivas. 
    • Colectomia total: Retirada apenas do cólon, preservando o reto, nos casos com menor número de pólipos. 

Além disso, o acompanhamento deve incluir a investigação de alterações em outros órgãos, já que a FAP pode afetar mais do que o intestino.

Câncer Colorretal Hereditário Não Polipóide (HNPCC ou Síndrome de Lynch)

No HNPCC, o número de pólipos é normal, o que torna o diagnóstico mais desafiador. Muitas vezes, a condição só é identificada após o surgimento do câncer. O risco de desenvolver câncer intestinal chega a 80%, além de aumentar as chances de tumores em outros órgãos, como útero, estômago e rins.

  • Diagnóstico e Acompanhamento:
    O diagnóstico pode ser confirmado por testes genéticos quando há histórico familiar sugestivo. Para portadores da mutação genética, recomenda-se:
    • Colonoscopias regulares a partir dos 25 anos (intervalos de 1 a 3 anos). 
    • Exames complementares: Endoscopia digestiva alta, ultrassonografias e exames específicos para mulheres, como ultrassonografia transvaginal. 

Em casos de câncer confirmado, a cirurgia de escolha é a colectomia total, devido ao alto risco de novos tumores no intestino.

Orientação Familiar e Testes Genéticos

O acompanhamento das famílias é essencial para identificar portadores da mutação genética e prevenir casos futuros. O teste genético só é realizado em indivíduos de famílias onde a mutação foi previamente identificada em um paciente com câncer.

Para aqueles que não podem realizar o teste ou com resultados inconclusivos, o monitoramento rigoroso é indispensável.

Atendimento Multidisciplinar para Melhor Qualidade de Vida

O tratamento do câncer colorretal hereditário vai além do diagnóstico e da cirurgia. Ele exige uma equipe multidisciplinar para garantir suporte genético, psicológico e clínico ao paciente e à família.

A conscientização é um passo fundamental para a prevenção e o controle do câncer hereditário. Se há histórico familiar de câncer colorretal ou outros tumores relacionados, procure orientação médica.

Cuidar da saúde é cuidar da família. Consulte um especialista e faça o acompanhamento necessário!