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Artigos
20 jun
A segurança em cirurgia oncológica exige atenção sistemática, preparo técnico e atuação coordenada de toda a equipe. Ao revisitar os eventos do naufrágio do Titanic, é possível identificar falhas que, por analogia, ajudam a ilustrar vulnerabilidades ainda presentes em ambientes cirúrgicos atuais. O excesso de confiança, a negligência em relação a alertas e a falta de preparação diante de situações críticas são elementos que, tanto na navegação quanto na medicina, podem comprometer desfechos.
Na prática cirúrgica, decisões são tomadas sob pressão, frequentemente diante de variáveis clínicas instáveis. Mesmo com experiência e tecnologia disponíveis, o resultado pode ser adverso se falharmos nos fundamentos da segurança. Não se trata apenas de técnica operatória, mas de processos bem definidos, treinamento contínuo, comunicação efetiva e estrutura adequada ao nível de complexidade do procedimento.
Entre os principais pontos de atenção estão:
O episódio do Titanic levou à reformulação das normas internacionais de segurança marítima. Da mesma forma, a consolidação de uma cultura de segurança no ambiente cirúrgico deve ser encarada como prioridade institucional. Não basta contar com boas estruturas físicas ou tecnologias avançadas — é necessário engajamento técnico, protocolos bem implementados e responsabilidade compartilhada.
A condução segura de uma cirurgia oncológica exige do cirurgião responsabilidade integral sobre todos os aspectos do processo: clínicos, técnicos, estruturais e humanos. Nenhuma etapa pode ser negligenciada. Se todas as premissas forem cumpridas, a jornada cirúrgica será estável, previsível e segura para o paciente.