Síndrome da Polipose Serrilhada - Entenda os Riscos e Cuidados

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Pólipos Intestinais e Síndromes polipoides

15 maio

Síndrome da Polipose Serrilhada - Entenda os Riscos e Cuidados

A Síndrome da Polipose Serrilhada (SPS), anteriormente chamada de polipose hiperplásica, é uma condição caracterizada pela presença de múltiplos pólipos serrilhados no cólon e reto, frequentemente grandes e localizados na parte proximal do cólon. Essa síndrome está associada a um risco elevado de câncer colorretal (CCR), sendo uma preocupação crescente em programas de rastreamento de câncer.

O que é a SPS?

A SPS ocorre quando pólipos serrilhados – lesões que apresentam um padrão característico ao microscópio – se acumulam no cólon e no reto. Esses pólipos podem evoluir para câncer se não forem detectados e tratados a tempo. A prevalência da SPS é estimada entre 0,4% e 0,9% em coortes de rastreamento, tornando-se mais comum do que se pensava anteriormente.

Fatores de Risco e Genética

A origem da SPS ainda é um tema de estudo, com controvérsias sobre se é uma condição hereditária ou esporádica. Alguns pacientes apresentam mutações genéticas em genes como RNF43, MUTYH, e SMAD4, mas em muitos casos não são encontradas alterações genéticas significativas. A presença de fatores ambientais, como tabagismo, também foi associada ao aumento do risco de pólipos serrilhados e CCR.

Critérios Diagnósticos

O diagnóstico da SPS é feito com base em critérios clínicos definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para ser diagnosticado, um indivíduo deve apresentar pelo menos uma das seguintes condições:

  1. Cinco ou mais pólipos serrilhados proximais ao sigmoide, sendo dois ou mais maiores que 10 mm.
  2. Qualquer número de pólipos serrilhados proximais ao sigmoide em uma pessoa com parente de primeiro grau diagnosticado com SPS.
  3. Pelo menos 20 pólipos serrilhados de qualquer tamanho, distribuídos por todo o cólon.

A colonoscopia é fundamental para detectar e remover esses pólipos, reduzindo o risco de progressão para câncer.

A Importância da Vigilância

Pacientes diagnosticados com SPS requerem vigilância rigorosa. Colonoscopias regulares são realizadas para monitorar e remover novos pólipos, especialmente aqueles maiores ou com características de alto risco, como displasia (crescimento celular anormal). Estudos indicam que a vigilância reduz significativamente o risco de CCR.

Além disso, familiares de primeiro grau de pacientes com SPS devem iniciar o rastreamento aos 40 anos ou 10 anos antes da idade mais precoce de diagnóstico na família, para prevenção precoce.

Aspectos Clínicos e Endoscópicos

Pólipos serrilhados frequentemente são planos e difíceis de distinguir da mucosa normal, o que torna essencial a experiência do endoscopista. Esses pólipos também podem reter muco e resíduos, dificultando sua identificação e remoção completa. O manejo endoscópico adequado é crítico para prevenir complicações, como a recorrência de lesões.

Risco de Câncer Colorretal e Extra-Cólico

Estudos mostram que o risco de CCR em pacientes com SPS varia entre 15% e 35%. Fatores como a presença de pólipos múltiplos, adenomas avançados e histórico de tabagismo aumentam o risco. Pacientes com SPS também podem ter maior risco de câncer em outros órgãos, como pâncreas, mas as evidências ainda são limitadas.